Disponível para download de forma gratuita, a partir do dia 12 de dezembro, o aplicativo “Projeto Afro: Além da tela” consiste em um dispositivo para escolha de fundo de tela/descanso de celulares, composto por imagens selecionadas de obras de arte de artistas que integram o mapeamento do Projeto Afro. Os 170 nomes preliminares, já publicados na plataforma, podem ser acessados neste endereço eletrônico: http://projetoafro.com/artistas/.
Para além das territorialidades físicas e presenciais, o Projeto Afro – plataforma afro-brasileira de mapeamento e difusão de pessoas negras artistas – expande sua trajetória de atuação nos apresentando o seu aplicativo de celular. Intitulado como “Projeto Afro: Além da tela”, o dispositivo estará disponível para download, de forma gratuita, a partir do dia 12 de dezembro. Tendo em vista o histórico de silenciamento que acomete essas obras, este agrupamento de imagens representa também, o encontro tardio de diversas pessoas negras por meio da realização e da exposição dos seus mais diversos trabalhos. O projeto foi contemplado pelo Edital 15 2020 do ProAC Editais.
Para o criador do Projeto Afro, Deri Andrade, a arte é um importante instrumento catalisador na luta antirracista. Desse modo, depois de anos de pesquisa e curadoria, ele criou a plataforma Projeto Afro, fruto do resultado desse mapeamento de artistas negros em âmbito nacional. “O aplicativo é mais um passo importante nesta recente trajetória do Projeto Afro, que tem realizado ações no digital e para além deste, em sintonia com sua maior missão de divulgar arte de autoria negra no Brasil. Ao longo de 12 meses, o app passou por um processo de concepção, com uma curadoria que selecionou um primeiro número de obras que poderão ser acessadas no lançamento. Além disso, a construção do aplicativo não seria possível sem a premiação deste edital do ProAC e o apoio da tatu cult, parceira do Projeto Afro”, contou.
Fruto de um trabalho de pesquisa que acontece há mais de três anos – e que segue em curso –, o projeto deseja ampliar e visibilizar a produção artística de autoria negra no Brasil, através da união entre obras de arte e tecnologia. O aplicativo para dispositivos móveis disponibilizará aos usuários imagens cuidadosamente selecionadas, de diversos trabalhos artísticos, as quais poderão ser utilizadas como plano de fundo nos seus respectivos aparelhos celulares. O app funcionará como uma extensão da plataforma de mapeamento e difusão de artistas negros aqui, convidando visitantes a navegarem por todos os detalhes que permeiam as obras de arte ali presentes.
Com 170 artistas cadastrados na base de dados da plataforma Projeto Afro, será possível encontrar trabalhos artísticos de alguns desses autores como Alexandre Ignácio Alves, Diego Crux, Gustavo Nazareno e Kika Carvalho. Também fazem parte desse time Ana Raylander Mártis dos Anjos e Rafael Bqueer.
A interface do app é de fácil manuseio, com botões clicáveis que possibilitam os usuários escolherem os planos de fundo com mais agilidade. Assim, as pessoas poderão visualizar informações a respeito da obra, seus autores e se está disponível nos acervos de alguma instituição cultural. Além disso, os visitantes podem acessar o site para informações que complementam os dados mostrados no aplicativo, sendo o portal ainda o principal local de divulgação dessas obras.
O lançamento do app será gratuito e contará com uma mesa de debate online que acontecerá no dia 12 de dezembro, às 17h, em parceria com o Museu Afro Brasil – (MAB) e participação de Carollina Lauriano, curadora; Joyce Farias de Oliveira, historiadora do MAB; Ramo, artista; mediação de Deri Andrade e apresentação do app de Jacó Oliveira, da tatu cult, com intérpretes de Libras. A conversa acontece no YouTube do Projeto Afro e do Museu Afro Brasil.
Para Monique Cerchiari, fundadora da tatu cult, contribuir ativamente para a difusão das artes, mostrando a potência de artistas negros, são processos urgentes e fundamentais para a construção da história das artes no país. “Nossa parceria com o Projeto Afro tem por objetivo garantir uma estrutura sólida e permanente para que essa pesquisa se expanda cada vez mais e o aplicativo “Projeto Afro: Além da Tela” é um desdobramento desses esforços. Com essa ferramenta acreditamos ampliar o acesso à educação racializada em arte e, assim, contribuir com a geração de impactos positivos à sociedade, já que historicamente o contato com a transgressão artística provoca mudanças sociais”, contou.