O movimento que surge a partir dos diálogos de docentes, discentes, técnicos-administrativos e egressos da instituição vive um momento histórico com a candidatura das professoras Rosalina Tavares e Vera Rodrigues à reitoria pelo quadriênio 2025-2029.
Escrito por Andrey Cruz e Jessyka Faustino
Revisado por Iraneide Soares
Publicado por Maria V. Gonçalves
A Unilab – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, é a primeira no Brasil que nasce a partir de uma demanda reprimida do Movimento Social Negro e traz já no seu nome a ideia de se trabalhar em prol da comunidade afro-brasileira e a valorização da história e cultura africana e dos afro-brasileiros. A Unilab, portanto, é uma ação afirmativa dentre o conjunto de políticas já em curso no Brasil. Desse modo, precisamos estar juntos, acompanhar os debates e participar, no sentido de valorizar, fortalecer, cuidar. A Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as, ABPN, apoia toda e qualquer proposta que venha fortalecer o tão importante projeto que é a Unilab enquanto instituição.
Em 2025, a Unilab vive um momento histórico com as eleições para a reitoria, com uma importante disputa, e estas representam uma oportunidade única de reafirmar os valores democráticos e a pluralidade que marcam a instituição. Neste cenário, o movimento “Reencantar e Democratizar” , por exemplo, ganha destaque ao propor uma gestão pautada pela inclusão, pela escuta ativa e pela construção coletiva de uma universidade mais integrada e representativa.
A candidatura das professoras Rosalina Tavares e Vera Rodrigues, mulheres negras e ativistas, busca resgatar e consolidar o projeto acadêmico da UNILAB, com foco em uma gestão decolonial, antirracista, africana, afro-diaspórica, interiorizada, internacionalizada e de excelência. A proposta é trabalhar para reencantar o cotidiano acadêmico, reafirmando a diversidade como elemento central e promovendo um ambiente de convivência marcado pela paz, respeito e bem-estar.
O projeto faz parte de uma construção coletiva que, segundo as professoras, visa mostrar a originalidade e o diálogo:
“Nosso Programa, ao ser composto por várias mentes, mãos e corações, articula e revela diferenças, diversidades e inacabamentos. E pode e deve ser consolidado e qualificado. Esta é a primeira versão, aberta a melhorias e ajustes, a sugestões e contribuições alinhadas às ideias, aos princípios e às diretrizes que defendemos.” explicam.
Diretrizes para uma Gestão Democrática e Inovadora
Entre as diretrizes propostas pelo movimento estão o fortalecimento das políticas de assistência estudantil, a promoção da saúde mental, a valorização dos servidores e a construção de condições para que cada integrante da comunidade acadêmica possa se desenvolver plenamente. Além disso, o movimento busca fomentar a integração regional e internacional, promovendo parcerias estratégicas e consolidando a UNILAB como uma referência no campo da cooperação Sul-Sul.
“É essencial que a comunidade acadêmica seja protagonista nas mudanças, e é importante agregar variadas lideranças, constituindo uma frente ampla para a transformação e reconstrução da Unilab. Através dessa frente ampla será possível constituir uma alternativa acadêmica e institucional ousada e viável, reencantando e democratizando a Unilab, aliando sonhos e utopias ao pragmatismo dos pés bem assentados no chão.” acrescentam.
Outro ponto fundamental é a reestruturação institucional, com foco na transparência e no planejamento estratégico, de modo a garantir o protagonismo da universidade em ensino, pesquisa e extensão. A valorização do campus dos Malês, historicamente negligenciado, também está entre as prioridades, promovendo condições dignas para seu funcionamento e expansão. Como explicam Rosalina e Vera no programa:
“Aos poucos, fomos consolidando a avaliação, a partir de muitas escutas e diálogos, de que a Unilab chegou a um momento institucional em que se auto isolou institucionalmente, não constituiu políticas institucionais efetivas, não assumiu compromissos com o Projeto Unilab, não enfrentou os principais problemas vivenciados pela instituição e pela comunidade acadêmica, não trabalhou em diálogo e parceria com as unidades acadêmicas, não articulou gestão superior e planejamento estratégico democrático e não ofereceu as condições institucionais e estruturais para o desenvolvimento do Campus dos Malês.”
Assim, o movimento e campanha nascem do entendimento de que ser legítima e, mais do que isso, essencial, a mobilização e a atuação democrática de docentes, discentes, técnico-administrativos, subcontratados, terceirizados e egressos que compõem a Unilab na construção de um novo momento para a universidade.
Apoio da ABPN para uma nova era na UNILAB
Reafirmamos que a ABPN apoia toda e qualquer iniciativa que venha em defesa da Unilab na sua diversidade. As professoras Rosalina e Vera representam lideranças com trajetórias marcadas pela experiência e pelo compromisso com a transformação social. A chapa propõe um modelo de gestão que privilegia o diálogo, a escuta e o cuidado, promovendo um ambiente acadêmico que valorize a pluralidade e construa alternativas para os desafios da contemporaneidade.
A eleição da Reitoria da UNILAB é um momento decisivo para o futuro da instituição. Com o apoio da ABPN, enquanto associação científica e composta por diversos segmentos acadêmicos, o movimento “Reencantar e Democratizar” surge como uma proposta que busca fortalecer os alicerces democráticos e reafirmar o compromisso da universidade com a inclusão, a excelência e a responsabilidade social.
O apoio da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) (ABPN) às professoras Rosalina Tavares e Vera Rodrigues reforça o compromisso da entidade com os princípios democráticos e a representatividade nas instituições de ensino superior. A professora Vera Rodrigues, que atuou como Diretora na Gestão Baobá da ABPN entre 2022 e 2024, traz para a chapa sua experiência na promoção de políticas afirmativas e na defesa de uma educação comprometida com a equidade racial e social.
O respaldo da ABPN destaca a relevância do debate sobre uma gestão superior que seja inclusiva e comprometida com a construção de uma universidade que valorize a diversidade étnica, cultural, de gênero e geracional. Tal posição reforça a necessidade de uma articulação acadêmica que dê protagonismo aos agentes históricos que compõem a UNILAB e os países parceiros, especialmente os da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Para acessar o programa da candidatura na íntegra acesse ou acesse as redes sociais para saber mais.