JUSTIÇA POR BERNADETE: LÍDER QUILOMBOLA FOI ASSASSINADA DENTRO DE TERREIRO NA BAHIA

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 Em julho, ela havia denunciado ameaças e violências direcionadas à comunidade quilombola.

A Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) expressa profundo pesar diante do trágico assassinato da líder quilombola Bernadete Pacífico, de 72 anos, conhecida como Mãe Bernadete, ocorrido na madrugada de quinta-feira, 17 de agosto, no terreiro que ela dirigia em Simões Filho, Salvador, Bahia. Mãe Bernadete despendeu sua vida em prol da preservação da cultura e história de seu povo, liderando o Quilombo Pitanga dos Palmares e também a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq).

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Nos últimos meses, Mãe Bernadete buscava denunciar ameaças recebidas pela comunidade quilombola e elucidar a morte de seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho, que também foi brutalmente assassinado há seis anos. Bernadete Pacífico enfrentou desafios sistêmicos com determinação, colocando sua voz e sua presença na linha de frente da luta pela memória, pela dignidade e pelo direito à justiça.

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A ABPN se une à Conaq e à toda comunidade quilombola em repúdio veemente a esse ato sistêmico de violência que não apenas cala uma voz valiosa, mas também ameaça a integridade e a segurança das lideranças quilombolas. Exigimos que as autoridades brasileiras tomem medidas imediatas para proteger as lideranças do Quilombo de Pitanga dos Palmares e para conduzir uma investigação ágil e completa sobre os assassinatos de Bernadete e Binho.

Suas palavras de guia, sua história de vida e seu exemplo corajoso inspirarão gerações presentes e futuras na contínua busca por igualdade, respeito e dignidade. Sua voz não será silenciada, mas ecoará em cada quilombo do Brasil.


Texto de Jhoária Carneiro
Revisado por Helen S.
Publicado por Yure Gonçalves

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