Hoje, com mais de 2.200 equipes formadas por estudantes de escolas públicas de todo o Brasil que e inscreveram na I Olimpíada Brasileira do Ensino das Relações Étnico Raciais, Afro-Brasileiras, Africanas e Indígenas – Obereri.
Escrito por Jessyka Faustino
Revisado e publicado por Maria V. Gonçalves
O número de inscritos reflete uma demanda legítima e importante da nossa educação: o debate sobre as questões relações étnico-raciais com nossos/as estudantes e comunidade escolar. A professora Iraneide, presidenta da Associação Brasileira dos Pesquisadores Negros e Negras – ABPN fala sobre a importância da Olímpiada e do engajamento recebido na primeira etapa de inscrições:
“A Obereri chegou a sua primeira fase de inscrição, com mais de 22 mil pessoas inscritas diretamente, considerando o quantitativo de equipes inscritas, então para nós é sucesso! Nossa Obereri é um projeto que ultrapassou todos os limites pensado por nós, e que nos surpreende positivamente, sobretudo porque eu penso que a Obereri, vem no momento propício para a política de educação em relações étnico-raciais do Brasil. Ela vem no momento em que , pela primeira vez na história do Brasil se aprova a PNEERQ, que é a Política Nacional de Educação Etnico-racial e Quilombola. A Obereri por sua vez, vem responder às questões postas na PNEERQ, e por conseguinte, atuar para a construção de uma educação antirracista que visa o fortalecimento da Democracia. A Oberei chega hoje também num tempo em que há um número significativo de importantes olimpíadas nacionais já consolidadas, mas a nossa olimpíada, a nossa Obereri, consegue ser novidade, inovadora, de grande importância a partir de demandas historicamente reprimidas e, sobretudo, de necessidades do professor e da professora da educação básica, que está no chão da escola, dialogando com história e cultura brasileira ou repensando/revisitando a a história do Brasil com relação aos povos negros e indígenas pouco ou quase nunca protagonizado nos processos. A Obereri vem responder também essas lacunas históricas, no tocante às populações negras, indígenas e quilombolas” explica a professora.
A competição é dividida em cinco etapas e os próximos momentos serão de formação e preparação das equipes através de palestras, workshops e envio de materiais didáticos para as equipes inscritas e em seguida será disputada nos níveis estaduais, regionais e, por fim, nacional. Todas as etapas são planejadas e executadas juntamente a um comitê científico formado por professores e pesquisadores da área que não só formulam a competição como acompanham, formam e orientam as equipes.
A primeira edição da Obereri tem como objetivo não ser apenas uma competição acadêmica para nivelar e hierarquizar conhecimentos, mas um momento de produção e compartilhamento de conhecimentos acerca das temáticas abordadas, assim é uma oportunidade única de promover a reflexão, o debate e a conscientização sobre as questões étnico-raciais em nosso país. Com base nas Leis 10.639/03 e 11.645/08, esta iniciativa visa fortalecer a implementação das diretrizes curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais, para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana bem como, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena; incentivar o interesse dos(as) estudantes pela história da diáspora africana e dos povos originários, e desmistificar mitos relacionados às cotas étnico-raciais.
A 1ª edição da Olimpíada, é uma promoção e organização da Associação Brasileira dos Pesquisadores Negros e Negras – ABPN e do Consórcio de Neabs, Neabis e grupos correlatos e tem o apoio do Ministério da Educação via Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão – Secadi e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
Mais informações podem ser encontradas no site ou através do e-mail obereri@abpn.org.br