Escrito por Jhoária Carneiro
Revisado por Delton Felipe
Publicado por Yure Gonçalves
A sombra da tragédia paira sobre o Guarujá após a noite fatídica de 31 de julho de 2023, marcada por uma operação policial que resultou em uma chocante chacina, ceifando a vida de pelo menos dezesseis indivíduos. Batizada de “Operação Escudo”, essa ação mortal foi justificada pelo trágico falecimento de um policial da ROTA em 27 de julho. No entanto, a violência indiscriminada e as alegações de tortura trouxeram à luz as profundas feridas de um sistema enraizado em desigualdades, principalmente no que toca a população negra do Brasil.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, declarou à imprensa que “não houve excesso” por parte da polícia. No entanto, é inegável que as vozes daqueles que testemunharam os horrores da ação policial clamam por justiça e responsabilidade.
O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, alegou que as investigações não identificaram qualquer sinal de violência nos exames do Instituto Médico Legal.
Após essas declarações, uma união de ONGs, associações e movimentos de negritude lideraram manifestações de repúdio ao acontecido. Em cartazes manifestantes escreveram: “Não é operação, é chacina”, “Não é guerra às drogas, é guerra aos pobres” e “Vingança não é justiça”.
A Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) se solidariza com as famílias enlutadas e acredita que a luta contra a desigualdade racial é fundamental para a construção de um país mais justo. Este é um momento crucial para confrontar as estruturas que perpetuam a injustiça e buscar uma transformação genuína.
A tragédia que abalou o Guarujá transcende um evento isolado e ressalta a necessidade premente de uma análise profunda das práticas policiais e uma reforma sistêmica. É essencial que a sociedade como um todo una forças para erradicar a violência e criar um futuro em que a igualdade e o respeito a todos sejam inegociáveis.