Tudo o que Nóiz tem é Nóiz: Um Estudo Sobre Narrativas Negras do Jornalismo Brasileiro

Esta pesquisa reflete sobre a atuação de mídias negras brasileiras a partir do entendimento de que elas são compostas por pessoas negras e escrevem para pessoas negras. O estudo busca compreender por que essas plataformas de conteúdo existem, como atuam articulam-se no correr dos anos, de que maneira lidam com demandas sociais e em qual perspectiva as trajetórias interseccionam-se e são atravessadas também pelas narrativas de vida das pessoas que delas fazem parte. Utilizando-se da técnica “bola de neve”, 12 pessoas negras de três recortes temporais diferentes foram selecionadas para entrevistas semiestruturadas abertas. As/os interlocutoras/es são dispostos de forma equânime quanto ao gênero e falam de seis estados em quatro regiões distintas, quais sejam: São Paulo e Rio de Janeiro, no Sudeste (6 pessoas); Ceará e Bahia, no Nordeste (4 pessoas); Rio Grande do Sul, no Sul (1 pessoa); e Amazonas, no Norte (1 pessoa). Ao referencial teórico, são evocados/as exclusivamente intelectuais negros/as da Antropologia, da Comunicação e de áreas afins das Ciências Sociais e Humanas. Trata-se, portanto, de engendrar a discussão com o vivido pelas personagens da pesquisa a partir de uma hermenêutica negra, de conceitos básicos de consciência negra, identidade, negritude, racismo estrutural e etnomídias, e do entendimento de que afeto, teoria e política, o tripé fundamental à existência humana, estão interligados.

Como citar...

BRITO, Bruno de Castro. Tudo o que nóiz tem é nóiz: um estudo sobre narrativas negras do jornalismo brasileiro. Orientadora: Vera Regina Rodrigues da Silva. 2022. 212 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia) - Programa Associado de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Fortaleza, 2022.

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Bruno de Castro Brito

Aluno do Doutorado em Comunicação do Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal do Ceará (UFC), no qual pesquisa a relação entre identidade racial e prática jornalística. Mestre em Antropologia pelo Programa Associado de Pós-graduação em Antropologia (PPGA) UFC-Unilab. Graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza (2007). Especialista em Comunicação e Jornalismo Político pela Universidade de Fortaleza (2009) e em Escrita Literária pelo Centro Universitário Farias Brito (2019). MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais pelo Centro Universitário Estácio do Ceará (2017). Atuou como repórter dos jornais O Estado e O POVO, ambos do Ceará, e correspondente do portal Terra. Também colaborou para o El País Brasil. Foi assessor de comunicação da Assembleia Legislativa do Ceará (2007-2011), do Poder Judiciário do Ceará (2015-2016) e da Prefeitura de Caucaia (2017-2020). Assessorou campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais e hoje é assessor de comunicação da Defensoria Pública Geral do Estado do Ceará. Em paralelo, atua como repórter e editor de conteúdo do portal antirracista Ceará Criolo. Venceu o Prêmio Gandhi de Comunicação (2010 e 2023); Prêmio de Melhor Produto de Comunicação para Promoção da Igualdade Racial do Ceará (2018); Prêmio MPCE de Jornalismo na categoria WebJornalismo (2019); I Prêmio Maria Neusa de Jornalismo (2020) e Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça (2022 e 2023). Foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura (2020). 

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