Tessituras da Pele: juventude(s), relações raciais e experiências sociais

A presente pesquisa, intitulada Tessituras da Pele: juventude(s), relações raciais e experiências sociais, a partir de repertórios conceituais interdisciplinares, localiza-se na interface dos campos de estudos sobre juventude e relações raciais. Assim, seu objetivo central é investigar as experiências sociais de jovens negros em relação aos seus processos identitários e de pertencimento racial na interação singular com os espaços de socialização e sociabilidades na região metropolitana de Florianópolis/SC. Quando nos voltamos para Santa Catarina, vamos (re)encontrar a experiência social da(s) juventude(s) negras(s) em face dos desafios impostos por desigualdades sociais combinadas com desigualdades raciais permanentemente a exigir capacidades adaptativas de indivíduos e de grupos. Como os sujeitos se movimentam neste cenário? Deste modo, analisa a heterogeneidade da experiência de constituir-se jovem – e negro/a – em um estado onde se concentra a menor densidade da população negra (10,6%) e onde os mecanismos ideológicos tenderam e persistem em reforçar a sua invisibilidade. Metodologicamente, com aproximações etnográficas, a pesquisa
ancorou-se em narrativas de 6 (seis) sujeitos sociais para focar a atenção sobre diferentes dimensões sociais: a diversidade dos arranjos familiares, os percursos referentes à escolarização, à constituição de trajetórias individuais e coletivas, ao mercado de trabalho, às sociabilidades, à religiosidade, às estratégias juvenis em face de discriminações. Para tanto, dialoga-se com repertórios analíticos e conceituais com Stuart Hall, Melucci, Dubet, Lahire, Santos e Scott. Como um de seus resultados, a pesquisa aponta para exigência da produção de conhecimento como estratégia para uma compreensão mais aguçada e refinada sobre as condições sociais complexas (freqüentemente impiedosas) relacionadas às experiências sociais do racismo como fenômeno onipresente na constituição dos processos identitários de jovens negros.

Como citar...

Almeida, José Nilton de. Tessituras da pele: Juventude(S), Relações Raciais e Experiências Sociais. 2010. 296f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. Programa de Pós-graduação em Educação.

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José Nilton de Almeida

Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (1985), mestrado em Fundamentos da Educação pela Universidade Estadual de Maringá (1994), e doutorado em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (2010) com foco na trajetória de jovens negros diante de processos de desigualdades sociais e discriminações raciais. Pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC (2013), com estudos sobre experiências institucionais em torno das políticas de ação afirmativa no ensino superior público. Atuou no Núcleo de Estudos Negros de Santa Catarina/NEN, organização social do movimento negro, de 2003 a 2011, exercendo a coordenação do Programa de Educação. Exerceu a Coordenação do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros – NEAB/UFRPE, nos anos de 2014 a 2019; sócio da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as – ABPN, presidiu a organização do XII Congresso de Pesquisadores/as Negros/as – XII COPENE, Recife 2022. Atualmente, exerce a Coordenação de Direitos Humanos, Ações Afirmativas e Diversidades, junto à Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Cidadania – PROExC, a partir de 2020; docente lotado no Departamento de Educação, na Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE, vinculado à Área de Fundamentos da Educação, Gestão e Políticas Educacionais, com a disciplina Educação das Relações Étnico-raciais, entre outras. Desenvolve atividades de pesquisa, extensão e ensino com foco na área de formação docente, políticas públicas em educação, direitos humanos, estudos raciais e educação para as relações étnico-raciais.

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