Os herdeiros de Ananse: movimento negro, ações afirmativas, cotas para negros na universidade

Ananse, a metamorfose em aranha da deusa Aranã, procedente da cultura fanthi-ashanti, da região do Benin na África ocidental, configura-se, neste trabalho na metáfora símbolo das ações de resistência empreendidas pelos africanos seus descendentes no continente americano, particularmente no, Brasil. Dessa maneira, apresenta um relato etnográfico da saga dos herdeiros da deusa Aranã em luta contra o racismo. A estrutura desta narrativa é a de um Auto Teatral em que o personagem antagonista é o Racismo e o protagonista são os herdeiros de Ananse. A composição dessa narrativa parte da premissa de que as diversas culturas trazidas pelo protagonista exerceram importância fundamental, para alimentar a luta dos africanos e seus herdeiros, frente à astúcia de um antagonista capaz de se travestir, no tempo e no espaço, de várias personas (máscaras) para desorientar e enfraquecer os discursos do protagonista. Entretanto, o protagonista também é astucioso na elaboração de suas teias. No tecido desta narrativa recupero as teias elaboradas por este personagem para inserir na agenda do estado brasileiro o reconhecimento da existência do racismo e da discriminação racial, na sociedade. e as políticas públicas de ação afirmativa, em especial, o emprego do sistema de cotas para negros na universidade. O embate é uma narrativa com características épicas que privilegia o papel do fio/ação movimento negro.

Como citar...

DEUS, Zélia Amador de. Os herdeiros de Ananse: movimento negro, ações afirmativas, cotas para negros na universidade. 2008. 295 f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Belém, 2008. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais.

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Zélia Amador de Deus

Possui graduação em Licenciatura Plena em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará (1974), curso de formação de ator (1974), mestrado em Estudo Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (2001), doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (2008). É Professora da Universidade Federal do Pará desde 1978, na qual ministra, além de outras disciplinas: História da Arte; História e Teoria do Teatro; Estética. É Atriz e Diretora de Teatro. Atuou como Diretora do Centro de Letras e Artes da UFPA no período de 1989 a 1993. Vice-Reitora da UFPA (1993 a 1997). Ativista do movimento Negro, co-fundadora do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará – CEDENPA – (1980). Membro do Grupo Interministerial de Valorização da População Negra -GTI – (1996 a 2001). Coordenadora do Núcleo de Arte da UFPA (1997a 2001). Implantou e coordenou o Programa de Ação Afirmativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (2001 a 2003). Membro da Comissão Técnica Nacional de Diversidade para Assuntos Relacionados à Educação dos Afro-Brasileiros – CADARA. Co-fundadora do Grupo de Estudos Afroamazônico da UFPA (2003). Atualmente é professora associada da Universidade Federal do Pará. Membro da CADARA; Membro fundadora do Grupo de Estudos Afroamazônico da UFPA; Coordenadora do Curso de Especialização- “Saberes Africanos e Afro-Brasileiros na Amazônia (Latu Sensu) (2011); Ex-Presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores negros-ABPN.Tem experiência na área de Letras, Teatro com experiência em História da Arte; Estética com ênfase em Arte e Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: cultura, arte, teatro, literatura negro, política de Ação Afirmativa,educação e Afro-Diáspora. 

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