Mortalidade por causas externas e raça/cor da pele: uma das expressões das desigualdades sociais

No Brasil, poucos são os estudos na área de saúde que utilizam a variável raça/cor e, a despeito de alguns deles sinalizarem para a elevada ocorrência de adoecimento e morte da população negra, a explicação apresentada para este fato apoia-se na inserção socioeconômica das vítimas. Deste modo, a raça/cor per se não tem sido abordada enquanto construto social, segundo o qual a cor da pele representaria um importante determinante da falta de eqüidade entre grupos raciais. O tratamento diferenciado destinado aos segmentos sociais neste país tem contribuído para que o mesmo seja classificado como de elevado desenvolvimento quando são considerados os indicadores sociais da população branca e de muito baixo desenvolvimento quando estes indicadores referem-se à população negra. O presente trabalho teve como objetivo principal analisar a contribuição da raça/cor na produção de diferenciais na mortalidade por causas externas, em Salvador (Ba), no período 1998-2003.
O projeto original desse estudo intitulado “MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS E RAÇA/COR DA PELE: uma das expressões das desigualdades sociais” encontra-se registrado na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) sob número CAAE 0004.0.069.000-04 e foi selecionado para apoio financeiro pelo CNPq no que diz respeito ao Edital MCT/CNPQ/MS-SCTIE-DECIT 26/2006 – Linha de Apoio: Determinantes Sociais da Saúde – Desigualdades étnico-raciais e racismo: associações com desfechos de saúde.
O estudo é apresentado sob a forma de três artigos de acordo com a Seção V do Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva: o primeiro intitulado “Desigualdades sociais em saúde e raça/cor: Revisão da literatura do Brasil e Estados Unidos, 1996-2005” corresponde a uma revisão da literatura que comparou a produção cientifica sobre desigualdade racial em saúde no Brasil e nos Estados Unidos e analisou as
perspectivas de superação das limitações inerentes a esses estudos; o segundo denominado “Anos Potenciais de Vida Perdidos devido a Mortes por Causas externas: diferenciais segundo a raça/cor da pele” descreveu o número de anos potenciais de vida perdidos devido as mortes violentas, segundo a raça/cor e, o último “Contribuição da raça/cor da pele na determinação da mortalidade por Causas Externas no espaço intra-urbano” verificou a contribuição relativa da raça/cor na determinação da distribuição espacial da mortalidade por causas externas em Salvador/Ba. A seguir encontra-se a versão do projeto de pesquisa com as alterações sugeridas pela banca examinadora no exame de qualificação.
Com esse trabalho espera-se dar visibilidade a novos elementos que possam subsidiar a definição e implementação de políticas e/ou programas que se destinem a controlar e prevenir os óbitos por causas externas e, também, promover a eqüidade em saúde.

Como citar...

ARAÚJO, Edna Maria de. Mortalidade por causas externas e raça/cor da pele: uma das expressões das desigualdades sociais. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - UFBA. Bahia, 2007.

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Edna Maria de Araújo

Enfermeira, doutorado em Saúde Pública pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (2007). Estágio sanduiche (2006) e Pós Doutorado (2013) na Public Health School of the University of North Carolina at Chapel Hill – EUA (UNC) com apoio financeiro da CAPES. Professora Titular do Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) onde atua no Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC/UEFS). Foi coordenadora do PPGSC/UEFS. É responsável pelo convênio de cooperação internacional entre a UEFS e a UNC e a Universidade de Cape Town na África do Sul. Docente colaboradora do Mestrado Profissional em Saúde da População Negra e Indígena da Universidade Federal do Recôncavo. Pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Desigualdades Sociais em Saúde (NUDES). Áreas de Atuação: Saúde Coletiva/Epidemiologia. Linhas de pesquisa: Saúde de Grupos Populacionais Específicos: Epidemiologia das Desigualdades Sociais em Saúde (raça, gênero e classe), Saúde da População Negra, Saúde de grupos em situação de vulnerabilidade, Violência e Saúde. Coordenadora do Grupo Temático Racismo e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO). Membro do Conselho Deliberativo da ABRASCO para a gestão 2018-2021. Filiada à ABRASCO, à Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) e a Associação dos Docentes Universitários de Feira de Santana (ADUFS-BA)

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