Analisa o protagonismo de Dona Olga Conceição Cruz, Nengua Guanguacesse, matriarca do Terreiro de Candomblé Bate Folha, em Salvador, Bahia, no processo de preservação das práticas e tradições do candomblé da nação Congo-Angola. O trabalho parte dos relatos da comunidade do Bate Folha, por meio de narrativas ligadas à fundação, iniciação, repressão e laços religiosos, sendo marcado pelo cruzamento de histórias relacionadas ao centenário do terreiro. De natureza interdisciplinar, a pesquisa estabelece vinculação entre passado, presente e ́perspectiva de futuro pela salvaguarda do patrimônio material e imaterial, resguardado em seu espaço físico, que vai desde a preservação socioambiental e cultural, ao registro imaterial, de continuidade das práticas litúrgicas, celebradas há mais de cem anos e calendarizadas em reverência aos Nkisis. Observada sob o aspecto da religiosidade vivida no cotidiano, a pesquisa desenvolve a interlocução com diferentes áreas do conhecimento para dar conta do denso e diversificado patrimônio cultural afro-brasileiro e sua carga simbólica, comunicada de maneira intercultural por metodologias e estudos que se referem à história oral, entrevistas, audiovisual, arquivos pessoais, fotográficos e documentos que trazem para a cena de discussão, relatos de vida, construções discursivas sobre identidade, pertencimento e rede de solidariedade, percebida e reelaborada na comunidade pelo movimento de preservação da prática religiosa.
Nogueira, Carla Maria Ferreira. "Fé, boca calada e pé ligeiro" Nengua Guanguacesse e Terreiro Bate Folha: patrimônio e memórias da religiosidade negroafricana na Bahia. Tese – UFBA. Bahia, 2023
Doutora em Cultura e Sociedade pelo Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade – Universidade Federal da Bahia (UFBA), com atuação no Grupo de Pesquisa: Memória e Identidade: ativismos e políticas e Cultura. No doutorado, a pesquisa foi desenvolvida sobre o Terreiro de candomblé Bate Folha sob a perspectiva do patrimônio preservado pela comunidade em relação à sua patrimonialização, via tombamento, e memória, a partir das narrativas e histórias que emergem desse espaço centenário de resistência e salvaguarda da tradição Congo-Angola na Bahia. Com particular interesse no legado da matriarca Olga Conceição Cruz, Nengua Guanguacesse, o cerne do trabalho investigou sua trajetória de vida vinculada à religiosidade negroafricana no Terreiro Bate Folha. Mestrado em Estudo de Linguagens – Universidade do Estado da Bahia (UNEB) em literatura moçambicana por meio da obra da poetisa Noémia de Sousa. Graduação em Letras Vernáculas – Universidade Federal da Bahia (UFBA), com ênfase nas Literaturas Africanas de Língua Portuguesa no desenvolvimento de dois anos de iniciação científica, bolsista PIBIC/CNPq, com os projetos de pesquisa: Engajamento sociopolítico na ficção de Uanhenga Xitu, 2004-2005, e Sob o olhar feminino, histórias de Moçambique e Angola: Noémia de Sousa, Alda Lara e Ana Paula Tavares, 2005-2006. Experiência na área de pesquisa em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, ensino de língua portuguesa, redação e literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: literaturas angolana e moçambicana e estudos de Cultura; Educação antirracista; Candomblé; Patrimônio.
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