Estudos sobre a educação para as relações étnico-raciais e a descolonização do currículo de química

Este estudo sugere o debate sobre a Descolonização do currículo de Química considerando que a América é um continente que teve sua formação social e cultura fundada no trabalho escravo (nativos americanos e africanos), a escola como um microcosmo desta sociedade, em seus currículos, também omite essas presenças. Defendemos que a melhor educação possível é aquela que garante os direitos de todos (colonizadores e colonizados). Contudo, o currículo escolar brasileiro prioriza a cultura do colonizador; por outras palavras, o ensino da química baseia-se na cultura europeia. A pesquisa propõe um currículo comprometido com o desenvolvimento das potencialidades dos alunos, compreendendo a organização, as transformações, a estrutura e as propriedades da matéria e compreendendo a complexa realidade social e racial do Brasil. O objetivo desta pesquisa é repensar o ensino de Química realizando um deslocamento epistêmico do currículo de Química. Os resultados empíricos apresentados neste texto foram coletados em uma aula de Química Experimental que tem como foco a Descolonização do currículo. Esta aula teve como objetivo fazer o deslocamento epistêmico do currículo de Química trabalhando dentro do tema da Lei 10.639/03. São apresentados resultados empíricos de três intervenções pedagógicas desenvolvidas na aula, oito trechos do discurso produzido (biocombustíveis, aquecimento global, ideologia do branqueamento, tensão superficial e limpeza corporal) são apresentados de acordo com o tema de cada aula. Os resultados mostram possibilidades de ensino de Química a partir de uma matriz epistêmica que não é europeia. Os resultados indicam a necessidade de pensar a relação entre a construção do conhecimento químico e as relações sociais e raciais dentro das salas de aula e como elas favorecem o desenvolvimento dos alunos.

Como citar...

ALVINO, Antônio César Batista. Estudos sobre a educação para as relações étnico-raciais e a descolonização do currículo de química. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Goiás, Instituto de Química (IQ), Programa de Pós-Graduação em Química, Goiânia, 2017.

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Antônio César Batista Alvino

Possui graduação em Química pela Universidade Federal de Goiás, UFG (2015), Possui Mestrado em Química pela Universidade Federal de Goiás (2017) e Doutorado em Química pela Universidade Federal de Goiás (2021). No mestrado desenvolveu pesquisa atuando principalmente na implementação da Lei n. 10.639/2003 e 11.645/2008 no Ensino de Química, Educação Básica. No doutorado desenvolveu pesquisa atuando na educação antirracista e na perspectiva do Ensino de Química afrocentrado. É sócio da sociedade Brasileira de Química (SBQ), da Sociedade Brasileira de Ensino de Química (SBENQ) e da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). Atualmente é professor do ensino médio ? Secretaria de Educação do Estado de Goiás, Seduc. Tem experiência na área de educação, com ênfase no Ensino Médio e na área de Química/Ensino de Química, com ênfase e atuando principalmente nos seguintes temas: história e cultura africana e afro-brasileira no ensino de química e educação antirracista, Lei n. 10.639/2003.

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