Os encontros entre mulheres pretas vizinhas são práticas potentes de empoderamento coletivo que acontecem no cotidiano na região do Município de Belford Roxo na Baixada Fluminense (RJ). Encontros esses que ocorrem a partir da perspectiva da dororidade, mostra a importância da rede de apoio comunitário que exerce o “Nós Por Nós”, como forma de resistência e luta para continuarem vivas frente às várias formas de violência presente na vida das mulheres pretas moradoras da Baixada Fluminense que são atravessadas interseccionalmente de forma direta e indireta pelo racismo estrutural. Este trabalho valora os encontros entre essas mulheres pretas vizinhas, como produtores de cuidado. Descreve as experiências e os atravessamentos vividos que as levam a cuidarem e serem cuidadas entre si, bem como as ações de trocas que as potencializam individualmente e comunitariamente; relaciona os elementos e fatores que ocorrem nos encontros comunitários que configuram produção de cuidado e descreve o modo como isso se deu durante a Pandemia Covid 19. Utiliza a escrevivência como metodologia, enunciando como coletiva a história de seis mulheres pretas vizinhas, incluindo a pesquisadora e a sua mãe no decorrer da dissertação que apresenta as suas estratégias de criação de novos modos de viver, sabedoria adquirida pela constante reinvenção da vida mediante a existência da nossa atual sociedade racista. Esta pesquisa “escurece”, ou seja, traz luz em vários sentidos e relevâncias pelo ponto de vista da sensibilidade para sulear, africanizar e espiritualizar o pensamento através de sua proposta em valorar a temática a partir da vivência da pesquisadora como mulher de axé e ativista antirracista na Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (EDUCAFRO) e em diversas outras organizações pela equidade de direitos para que mulheres pretas ocupem lugares de influência e exercício de poder pessoal, coletivo, social, profissional, acadêmico e espiritual. As escrevivências de todas as mulheres pretas partiram das lembranças e do olhar micropolítico dos encontros ocorridos e vividos na varanda da casa da pesquisadora onde fica nítido a indissociabilidade da relação intrínseca entre a comunidade e as mulheres pretas vizinhas da cidade de Belford Roxo.
GOMES, Tatiana Brandão. "É NÓS POR NÓS": Escrevivências dos encontros de produção de cuidado entre mulheres pretas vizinhas em Belford Roxo - Baixada Fluminense (RJ). Dissertação – UFRJ. Rio de Janeiro, 2022
Doutoranda (Mar/2022 – Mar/2026) – Tese: Ancestralidade Negra Insubmissa – Mestra (2022) – Dissertação: “NÓS POR NÓS”: Escrevivências de Produção de Cuidado entre Mulheres Pretas, Vizinhas, em Belford Roxo, Baixada Fluminense – RJ. Pós-Graduações em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social com foco em Saúde de Comunidades pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Graduada em Design de Interiores pela Universidade Veiga de Almeida – UVA (2005). Coordenadora do Grupo de Pesquisa Marias, Sabenças, Oralituras e Escrevivências e Conselheira do Instituto Josefinas (2024).Foi professora de Liderança Inclusiva do IBMEC In Company. Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: produção de cuidado comunitário, população negra, ancestralidades e liderança. Como empreendedora social é mentora, treinadora e palestrante na área de treinamento gerencial com foco em lideranças negras e femininas de forma afetiva. Participa do Grupo de Pesquisa LABMEMS – Laboratório de Memória, territórios e ocupações: rastros sensível/ EICOS/UFRJ (2019) – coordenado pela Professora Samira da Costa Lima e do Grupo de Pesquisa CORPO E AFETOS/UFRJ – coordenado pela Professora Kathleen Tereza da Cruz. Palestrante do tema: O Poder Transformador da Escuta no TEDxPedraDoSal 2018. Foi homenageada na State University Of New York através da Exposição Mulheres Negras Brasileiras: Presença e Poder (2017). Coautora com dois capítulos do Livro Mulheres Negras Brasileiras Presença e Poder: da exposição ao livro (2019). Editora CRV. Coautora com um capítulo do Livro Nós…Mulheres do Século Passado – Nossas Escritas – Nossas Histórias (2023). Editora Máquina de Livros. Colaboradora voluntária da Instituição Assessoria e Planejamento para o Desenvolvimento – ASPLANDE desde 2004
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