A presente tese se insere entre as investigações sobre o trato com o conhecimento da Cultura Corporal e Matrizes Africanas (CCMA) na formação de professores de Educação Física (EF). Foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Grupo de Pesquisa em Educação Física, Esporte e Lazer, da Faculdade de Educação (LEPEL). Parte da realidade concreta e delimita três âmbitos das problematizações do objeto: (A) a negação do conhecimento das matrizes étnicas africanas e do movimento negro, subsumidos na história brasileira; (B) o marco histórico da Lei 10.639/03 evidenciando que as Instituições de Ensino Superior (IES), Secretarias de Educação (SEC) e Escola Básica (EB) tem a necessidade de dar conta desta pauta vigente, há 20 anos, na Educação Brasileira, que diz respeito ao conteúdo da história dos povos africanos e indígenas na formação de professores e no currículo escolar; (C) os ataques da extrema direita, ultraneoliberal, no período de 2016-2022, à educação, às universidades públicas e aos professores(as), através do Projeto Escola sem Partido PL 246/19 que tramita no Parlamento Brasileiro e que propõe dar preferência no currículo escolar, aos valores de ordem familiar burguesa nos aspectos relacionados à educação moral, sexual e religiosa, desautorizando o Ministério de Educação (MEC) a distribuir livros às escolas públicas que versem sobre as questões étnico-raciais, de gênero e de classe. A pergunta cientifica síntese respondida consiste em entender qual a realidade, as contradições e as possibilidades superadoras, no trato com o conhecimento da Cultura Corporal e Matrizes Africanas na formação de professores de Educação Fisica (EF) na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e na Universidade Estadual da Bahia (UNEB), evidentes nos currículos dos Cursos de Educação Física. Além disso, interroga sobre quais as possibilidades de tratar o conteúdo danças a partir da Teoria Pedagógica Histórico-critica, da Abordagem Critica Superadora do Ensino da Educação Física e do Pan-Africanismo? Objetivamos investigar a realidade, as contradições e as possibilidades do trato da Cultura Corporal e Matrizes Africanas na formação de professores dos Cursos de Educação Física, a partir das propostas curriculares da UFRB e UNEB. Especificamente, apresentamos elementos sócio-histórica do Patrimônio da Cultura Corporal tendo como referência o continente africano; Levantamos as concepções e contradições expostas no trato com o conhecimento da Cultura Corporal e Matriz Africana (CCMA) no currículo dos Cursos de licenciatura em EF; elaboramos uma proposta teórico-metodológica para o trato com o conhecimento da Dança de Matrizes Africanas na Educação Física (EF) a partir da Pedagogia Histórico-Critica (PHC), da Abordagem Crítico Superadora (ACS) do ensino da Educação Física e do PanAfricanismo. Os fundamentos teórico-metodológicos da tese têm por base a teoria do conhecimento marxista e o movimento Pan-Africanista. Os dados coletados e analisados nos permitiram reconhecer a contradição da negação do conhecimento das Matrizes Africanas e a possibilidade de elaboração de uma proposta teórico-metodológica para o trato com o conhecimento da CCMA na EF a partir da PHC, da ACS e do Pan-Africanismo, a fim de avançar na teoria pedagógica levando em conta as questões étnico-raciais, de gênero e de classe no ensino da Educação Física no currículo de formação de professores, na perspectiva de uma educação antirracista, omnilateral, emancipatória.
CLIMACO, Josiane Cristina et al. Cultura corporal e matrizes africanas: proposição crítico superadora para o ensino da dança na formação de professores de educação física. 2022.
Doutora em Educação pelo PPGE – UFBA ( 2022), Mestre em Educação pelo PPGE-UFBA (2016), Especialista em planejamento Educacional – UNIVERSO (2000) e Metodologia do ensino da Educação Física, Esporte e Lazer – UNEB (2009) e graduada em Licenciatura em educação física pela Fundação Osvaldo Aranha (1990). Atualmente é professora – SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA, lecionou na Faculdade Maria Milza (FAMAM) 2013- 2018, foi Supervisora do Programa Institucional de Bolsas e Iniciação à Docência da Universidade Federal da Bahia (UFBA) 2011-2018. Tem experiência nas áreas Gestão Escolar , formação de professores em Educação e Educação Física, com ênfase em Danças,Ginásticas, Jogos e Brincadeiras, Esportes, Capoeira e Cultura Popular no âmbito da Cultura Corporal, corpo, ancestralidade , memória e processos pedagógicos sobre a educação para as relações étnicos raciais ( Leis 10.639/03 e 11.645/08). A pesquisadora é Prêmio de esporte educacional 2014 – Petrobras e Prêmio Educar para Igualdade Racial 2015- CEERT, artigo aprovado em Sorbonne (PARIS- FRANÇA) em Homenagem ao Patrono da educação brasileira Paulo Freire (2018) e artigo aprovado no Congresso de Culturas – Universidade da Beira do Interior ( COVILHÃ- PORTUGAL) 2019. Membro do grupo de pesquisa LEPEL (UFBA), professora colaborada do grupo de pesquisa Crescer – Escola de Enfermagem (UFBA). Coordenadora Executiva do Fórum Nacional de Mulheres Negras -BA; Conselheira dos Direitos das Mulheres (CDDM-Ba); Coordenadora do Fórum da Educação Básica – ERER da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros(as) – ABPN; Coordenadora da Associação Nacional pela formação dos profissionais da educação (ANFOPE – BA ).
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