A Formação para as Relações Etnicorraciais e a Profissionalização em História: Saberes e Práticas Docentes no Contexto da Educação a Distância

Esta pesquisa analisa a experiência de formação em história, na modalidade a distância, de professores leigos da educação básica dos estados do Ceará, Bahia, Maranhão e Sergipe, contemplados pelo Programa Pró-Licenciatura II, financiado pelo Ministério da Educação, graças ao consórcio firmado entre a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, entre os anos de 2006 e 2010. O objeto do estudo foi a aplicabilidade da Lei nº 11.645/08, antes Lei nº 10.639/03, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, ao instituir a obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena em todos os estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados do país. Há uma produção significativa de estudos que relacionam educação e relações etnicorraciais, porém são escassos os trabalhos voltados para a formação inicial e/ou continuada de professores. Quais disciplinas são oferecidas? Como o tema aparece no currículo? Como os licenciandos e professores lidam com a obrigatoriedade da Lei? Como ocorrem a produção e a mobilização dos saberes, assim como as práticas sobre esse tema? E qual o nível de comprometimento com o mesmo foram algumas das questões que nortearam a pesquisa. A resposta para essas questões foram orientadas pelas contribuições de Maurice Tardif sobre os saberes docentes, amparadas em metodologia de estudo de caso que utilizou entrevistas semiestruturadas, questionários, análises das aulas-texto produzidas pelos formadores, do ambiente online da disciplina e dos documentos formais que organizaram o curso e instituíram a citada Lei. A investigação revelou um esforço dos docentes formadores e dos professores-cursistas em se munir de saberes e práticas concernentes aos temas da Lei, por outro lado, alguns fatores impuseram limites à profissionalização, como a modalidade a distância, o desconhecimento sobre o tema e a disponibilidade de tempo dos professores-cursistas.

Como citar...

Ferreira, Maria Cláudia Cardoso. A Formação para as Relações Etnicorraciais e a Profissionalização em História: Saberes e Práticas Docentes no Contexto da Educação a Distância. Tese – FGV. Rio de Janeiro, 2013.

Maria Cláudia Cardoso Ferreira

Maria Cláudia Cardoso Ferreira

Sou professora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB, cedida para o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania – MDHC, compondo a equipe da Coordenação-Geral de Memória e Verdade sobre a Escravidão e o Tráfico Transatlântico de pessoas escravizadas – CGMET. Possuo bacharelado e licenciatura em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2001), mestrado em História (2005) pela mesma instituição e doutorado em História, Política e Bens Culturais (2013) pelo CPDOC, da Fundação Getulio Vargas – FGV. Tive meu primeiro filho em 2005 e o segundo em 2009. Fui professora de História da Rede Municipal do Rio de Janeiro entre os anos de 2001 e 2013. Tenho atuado nos seguintes temas: história do Brasil, ensino de história; ensino de história africana e afro-brasileira; formação de professores; desigualdades raciais e movimentos sociais. 

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