Audiência publica sobre os impactos da Covid-19 na população negra e quilombola

Nesta quarta-feira (26), a partir das 14h, organizações do movimento social participarão de audiência pública na Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19 (CEXCORVI), núcleo de trabalho ligado à Câmara dos Deputados e ao Senado, para debater a situação da população negra e quilombola e o novo coronavírus.

A audiência foi solicitada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Democracia e dos Direitos Humanos formada por parlamentares e representantes de organizações da sociedade civil com o objetivo de discutir, incidir e visibilizar os impactos da Covid-19 para estas populações. De acordo com Valdecir Nascimento, ativista negra e membro da coordenação do FOPIR e uma das convidadas para audiência esse é um momento de reafirmar a defesa das vidas negras no país.

“Já ultrapassamos o número de 100 mil mortes pelo coronavírus no Brasil. Os estudos, pesquisas e nossas vivências apontam que a maioria das vitimas letais são pessoas negras, pobres e com baixa escolaridade. Somos a população mais afetada porque vivemos em uma situação de total ausência de direitos básicos em decorrência do racismo estrutural. Precisamos que os poderes públicos tomem medidas emergências para mudança desse quadro. Não estamos sendo afetados diretamente pelo virús, mas também pelo cenário agravado ele, ou seja, pela violência policial, pelo desemprego, pela violência doméstica, pela fome, pela falta de acesso à saúde e a informação”, declarou Nascimento.

A quilombola e ativista da Coordenação de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Selma Dealdina, também convidada para participar da audiência diz que o coronavírus escancarou cenário devastador que atinge as comunidades quilombolas. “Nosso maior impacto são as vidas dos nossos Griôs porque são pessoas com 102, 98, 85 anos que sobreviveram a fome, ao frio e a sede, que sobreviveram a ditadura, reviveram a febre, criaram famílias, lideraram quilombos, revoltas e foram mortas pela covid-19. Esse vírus que é invisível, mas que as ações do governo são muito visíveis para dizer quem é que morre nesse país somos nós, pessoas pretas, que estamos morrendo.”, afirmou. . #vidasnegrasecovid

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