No Dia Internacional da Mulher Negra, Latinoamericana e Caribenha a ABPN relembra que a luta das mulheres negras é uma constante na história.
Escrito por Jessyka Faustino
Revisado por Andrey Cruz e Nathália Rodrigues
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é celebrado no dia 25 de julho, data esta que foi instituída em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas com o objetivo principal de reconhecer e valorizar a luta das mulheres negras na América Latina e no Caribe, destacando suas contribuições sociais, culturais e políticas, bem como suas batalhas contra o racismo, a discriminação de gênero e outras formas de opressão.
Ao longo da história mulheres negras sempre tiveram papel fundamental na busca por justiça social, igualdade e direitos humanos. Com atuação desde os tempos da escravização, em que muitas vezes, mulheres negras se levantaram como lideranças de quilombos, como o caso de Tereza de Benguela, homenageada do dia no Brasil. Tereza de Benguela foi uma celebre líder quilombola que, no século XVIII, comandou a resistência contra a escravidão no estado de Mato Grosso, governando o Quilombo do Quariterê. Sua liderança é um símbolo da força e resistência das mulheres negras na luta por liberdade e justiça, reverberando até os dias atuais, em que mulheres negras continuam à frente das mais diversas formas de resistência para garantir direitos para a população negra.
Este ano, o Julho das Pretas, ação de incidência política autônoma e coletiva organizada por diversos movimentos sociais de mulheres negras, criado em 2013 pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, para celebrar a data, traz o tema “Mulheres Negras em Marcha pelo Bem-Viver e Reparação, reunindo 539 atividades, realizadas por mais de 250 organizações, em 23 estados e no Distrito Federal. Repetindo o tema de 2023, o Julho das Pretas deste ano tem como foco a mobilização para a 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras, que acontecerá em novembro de 2025, com 1 milhão de mulheres negras em Brasília.
ABPN em Marcha junto com as mulheres negras
A ABPN celebra o número expressivo de associadas negras – mais de 3 mil associadas – que corresponde a quase 80% do público geral de associados/as. Mulheres de todas as áreas de conhecimentos e saberes, que têm construído junto conosco uma associação forte, assertiva e focada no combate às violências e opressões que cerceiam corpos, vidas e saberes de mulheres negras.
Este dia serve como um momento de reflexão sobre essas questões e é mais uma oportunidade para promover políticas públicas que visam a inclusão, a igualdade, equidade e os direitos humanos a todas às mulheres negras. Uma luta que não é nova e continua sendo nossa.