Publicado e revisado por: Nathália Rodrigues
No último sábado, 26 de outubro, a cidade de Minas Novas, em Minas Gerais, foi palco de um evento histórico. A Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) participou da celebração dos 100 dias da Política Nacional de Educação e Equidade Racial Quilombola (PNEERQ), um marco significativo para a educação quilombola no Brasil. Durante a cerimônia, foi lançado oficialmente o Campus Quilombo do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), um símbolo de resistência, representatividade e avanço na educação de comunidades quilombolas e de outras populações negras e tradicionais.
Na ocasião, o presidente da ABPN, Adilson Santos, destacou a relevância do Campus Quilombo para a educação antirracista e inclusiva no Brasil. A Ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, também esteve presente e reforçou o compromisso do governo com a promoção dos direitos humanos e da equidade racial. Também esteve presente a professora Zara Figueiredo, representando a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI), além de deputados federais e estaduais, e a reitora Joaquina, uma das Negras Reitorias, também marcaram presença, reafirmando o compromisso da academia com as políticas de inclusão.
O evento foi enriquecido pela presença de grupos culturais locais, como o cortejo de congados, que trouxe uma atmosfera de celebração e respeito às tradições afro-brasileiras do Vale do Jequitinhonha. Os cânticos e danças dos congadeiros representaram a força e a ancestralidade da cultura quilombola, uma conexão entre o passado e o futuro.
A cerimônia também reuniu representantes de Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABIs) de várias instituições de ensino, reforçando o espírito de colaboração e apoio entre os diferentes atores da educação antirracista no Brasil.
Com a pedra fundamental lançada, a construção do Campus Quilombo do IFNMG inicia um novo capítulo na luta por uma educação inclusiva e equitativa. Este campus representa não apenas uma conquista concreta, mas também uma visão de futuro onde as comunidades quilombolas tenham acesso a uma educação que respeite e valorize suas identidades e saberes. A ABPN e demais envolvidos seguem firmes no propósito de que o Campus Quilombo seja o primeiro de muitos, abrindo caminho para a criação de outros campi com o mesmo foco de equidade e inclusão.
Esse marco é um sinal poderoso de que a luta pela educação antirracista e inclusiva é contínua e cada vez mais sólida. Que o Campus Quilombo do IFNMG inspire futuras gerações a continuar essa caminhada em prol da justiça e da dignidade das comunidades quilombolas e negras de todo o Brasil.