ABPN APROVA O PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA I OLIMPÍADA BRASILEIRA DE RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, AFRO-BRASILEIRAS, AFRICANAS E INDÍGENAS (PIC OBERERI) NA CHAMADA CNPq/MCTI/FNDCT nº 03/2023

Apoiar projetos que visem contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação no País, por meio da realização de Olimpíadas Científicas, em âmbito regional, nacional e internacional, em todas as áreas do conhecimento foi o objetivo da chamada CNPq/MCTI nº 03/2023

Escrito por Helen S.
Revisado por Iraneide Soares
Publicado por Yure Gonçalves

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A ABPN, participa da Chamada Pública CNPq/MCTI/FNDCT nº 03/2023, com um projeto de iniciação científica que propunha a I OLIMPÍADA BRASILEIRA DE RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, AFRO-BRASILEIRAS, AFRICANAS E INDÍGENAS (PIC OBERERI) e obteve aprovação. A proposta foi inicialmente discutida com um comitê gestor, composto por representantes de cerca de 20 Núcleos de Estudos Neabs e Neabis e Grupos Correlatos, consorciados ao Consórcio Nacional dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas e Grupos Correlatos (CONNEABs/ABPN), tendo por fim, a produção do projeto ficado sob a responsabilidade da Profa. Dra. Iraneide Soares da Silva (UESPI e ABPN) e pelo Prof. Dr. Luiz Herculano (IFSC e ABPN).

Essa aprovação se configura em mais um desafio para a ABPN, todavia, uma vitória também que precisa ser divulgada e muito comemorada. Acreditamos que realizar uma I Olimpíada Nacional com o tema da educação para as relações étnico-raciais deve aprofundar ainda mais o diálogo da Associação com a educação básica e abrir mais uma porta de entrada para o futuro antirracista.

As Olimpíadas Científicas são eventos de grande importância para o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento científico entre estudantes. Elas estimulam o interesse pela ciência, promovem a interação entre estudantes de diferentes escolas e regiões, e contribuem para a formação de novos talentos para a ciência brasileira. Realizar uma Olimpíada Nacional com o tema da educação para as relações étnico-raciais, portanto, constitui uma porta de entrada para o futuro antirracista.

O PIC OBERERI e o atendimento às leis nº 10.639/03 e 11.645/08

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Considerando estes objetivos, a ABPN, pleiteou o objeto cujo resultado final foi disponibilizado na página do CNPq esta semana. Nesse sentido, o Prof. Dr. Luiz Herculano, prof. do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), associado da ABPN e um colaborador da proposta, comenta que:

“A construção da proposta foi motivada por uma demanda que parte da necessidade de trazer a Educação para as Relações Étnico-Raciais como uma matéria de estudo na educação básica de modo mais assertivo e focado em uma contextualização centrada na lógica de uma olimpíada científica. Este dispositivo educacional tem sido bastante presente na educação básica, sobretudo em áreas como matemática, história, língua portuguesa e astronomia, dentre outras. Promover um contexto de formação científica na educação básica, com vias a criar nas bases educacionais do país a motivação para a formação de crianças e adolescentes na área científica contemplada pela olimpíada. Daí a necessidade do PIC OBERERI", enfatizou.

Já a presidenta da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), Profa. Dra. Iraneide Soares, comemorou a aprovação do programa:

“A aprovação dessa proposta é extremamente relevante para primeiramente para inaugurar uma no rol das olimpíadas já consolidadas, a modalidade que tratará da história e cultura dos afro-brasileiros e africanos. Depois, esta vem também, responder demandas importantes no tocante a educação para a equidade racial que é cumprir o que preconiza as leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, que corresponde aos artigos 26-A e 79-B, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Leis que visam promover o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena na educação básica, a fim de combater o racismo e a discriminação, além de valorizar a diversidade étnica e cultural do Brasil. Portanto, a OBERERI, entra no conjunto de ações articuladas que chamamos aqui de ações afirmativas”, ressaltou a presidenta.
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Iraneide Soares
Presidenta da ABPN

A capilaridade no território nacional do PIC OBERERI: o Consórcio Nacional de Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas e Grupos Correlatos (CONNEABs)

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O PIC OBERERI vai ser executado junto aos Núcleos de Estudo Afro-Brasileiros (NEABs), Núcleos de Estudo Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) e grupos correlatos (CONNEABs), espalhados por todo país, a partir do primeiro semestre de 2024. Os objetivos do PIC OBERERI incluem fortalecer a implementação das diretrizes curriculares, promover o interesse dos estudantes pela história da diáspora africana e dos povos originários, desenvolver tecnologias educacionais, aperfeiçoar os professores, incentivar carreiras científicas e tecnológicas, refletir sobre a importância das ações afirmativas, e desmistificar mitos relacionados às cotas étnico-raciais. Além disso, o programa busca contribuir para a formação acadêmica dos estudantes premiados pelo PIC OBERERI e estimular a inclusão social e a difusão do conhecimento. É importante informar que a OBERERI será desenvolvida a partir de uma dinâmica metodológica que venha fortalecer a escola e seu conjunto de sujeitos na sua diversidade, não pautar o mérito individual, mas o fortalecimento do coletivo.

Adesão à ABPN com anuidade gratuita para estudantes da educação básica

A OBERERI se soma a outras iniciativas da ABPN que dialogam com a educação básica. Sendo a única associação científica a nível nacional que aprofunda a participação desse público, a ABPN possui modalidade de associação para esses estudantes com isenção total de anuidade, por entender os desafios financeiros diante de uma realidade social excludente e estruturada no racismo, bem como, a necessidade de ter a presença desses atores e atrizes sociais na transformação social do contexto e do período histórico que fazem parte.

O Projeto Afrocientista

A Associação realiza desde 2019 o projeto Afrocientista, que tem como objetivo proporcionar a estudantes da educação básica a construção de repertório político, científico e tecnológico pautados numa educação antirracista e também o  desenvolvimento de habilidades e valores condizentes com uma sociedade democrática e equânime no que diz respeito à construção de futuros (as) cientistas negros (as) nas diversas áreas do conhecimento. 

Com apoio do Instituto Unibanco, em sua quarta edição este ano, o projeto promoveu o 1º Encontro Nacional Afrocientista, realizado na Universidade de Brasília (UnB) entre os dias 27 e 28 de outubro. O Encontro, que contou com a participação de mais de 100 jovens das cinco regiões do país com os custos subsidiados pelo projeto, proporcionou uma experiência única na vida desses estudantes e também marcou a perspectiva futura do Afrocientista. O projeto a partir de 2024 passa a contar com o apoio do Ministério da Educação (MEC), através da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão, do Ministério da Educação (SECADI/MEC), conforme convênio já firmado no pós Encontro, que teve a participação da Secretária Zara Figueiredo, da SECADI/MEC e pelo ex-presidente da ABPN e atual Assessor da SECADI, Cleber Vieira.
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Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) - COPENE

O principal evento científico realizado pela ABPN, a cada dois anos, perpassa por todas as regiões do país com inscrições para associados(as) e não associados(as), possibilitando o intercâmbio de diversas experiências em diferentes segmentos da educação. No âmbito dos COPENES, acontecem diversos eventos como: Simpósio de Educação, Ciência, Tecnologia e Relações Raciais da ABPN (SIECT) e Jornada Nacional de Iniciação Científica da ABPN e o Fórum de Educação Básica para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Essas atividades reúnem um conjunto de professores(as), pesquisadores(as), educadores(as), ativistas e estudantes para analisar, mobilizar, articular e dar visibilidade às práticas pedagógicas dos/(as) professores/(as) e alunos/(as) da Educação Básica sobre a Educação para Relações Étnico-Raciais (ERER), através de apresentação de trabalhos, socialização de experiências e debates em mesas redondas.

Para mais informações e acompanhamento do PIC OBERERI:

A ABPN celebra essa conquista que possibilitará a realização da 1ª Olimpíada Brasileira de Educação para as Relações Étnico-Raciais (1ª OBERERI) que deve engajar jovens de todas as regiões do Brasil para o estudo científico e a troca de experiências para juntos construir uma sociedade diversa, democrática e efetivamente antirracista.

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